quinta-feira, 28 de março de 2013
terça-feira, 26 de março de 2013
sexta-feira, 22 de março de 2013
segunda-feira, 11 de março de 2013
Qigong (Chi kung)
Gong significa trabalho, e qi tem várias traduções possíveis, sendo uma das mais precisas “sopro vital”. A tradução mais popular é sem dúvida “energia”, que não chega a ser uma má tradução desde que não se faça confusão com o conceito físico de energia. Assim, qigong (chi kung) significa literalmente “trabalho sobre o sopro vital”. O termo qigong (chi kung) pode ser aplicado então a qualquer exercício que vise influenciar a circulação do sopro vital no corpo humano.
Nos tempos antigos o qigong (chi kung)xingqiqi), fuqi (tomar qi), tuna (expirar e inspirar), daoyin (induzir e conduzir o qi), shushuzuochan (meditação sentada), shiqi (viver do qi), jingzuo (sentar quieto), e wogong recebeu vários nomes diferentes, como (promover e circular o (contar a respiração), (exercício deitado), entre outros.
Kou Yu Cheung (1894-1943) - Demonstrando a Palma de FerroVariações
Existem várias dezenas de exercícios de qigong (chi kung) diferentes, pertencendo à tradições
diversas e com objetivos distintos. Muitos destes exercícios são
benéficos à saúde e sua prática não oferece risco mesmo para pessoas com
a saúde debilitada, outros exigem um preparo prévio grande e podem até
ser causar danos ao praticante se não forem cultivados apropriadamente e
seguindo à risca instruções detalhadas que chegam a envolver o estilo
de vida do aprendiz.
Desta forma, ao decidir-se pela prática do qigong (chi kung) o primeiro passo é definir qual o
objetivo almejado. Pode-se dividir, a título didático, os exercícios de
qigong (chi kung) em três grupos de acordo com o
objetivo: o qigong (chi kung)
terapêutico, o qigong (chi kung) marcial,
e o qigong (chi kung) religioso. No entanto é preciso
ter em mente que esta divisão é artificial e algumas vezes arbitrária,
pois muitos exercícios podem ser usados para mais de um objetivo.
O qigong (chi kung) terapêutico visa melhorar a saúde
do praticante, seja tratando uma desarmonia já presente ou fortalecendo a
saúde para tornar mais difícil que algum desarmonia se instale. Alguns
exemplos de exercícios terapêuticos chineses são o qigong (chi kung) dos Oito Brocados e o qigong (chi kung) dos Seis Sons. O qigong (chi kung) marcial tem como meta fortalecer o
físico do praticante de modo a permitir que este receba impactos com o
mínimo possível de dano e desfira golpes com o máximo de potência e
efeito. Dois exemplos famosos são o exercício da Camisa de Ferro e o da
Palma de Ferro. O qigong (chi kung)
religioso tem o objetivo de treinar a mente do praticante a atingir
determinados estados de concentração necessários ao progresso na
meditação, e de fornecer as condições físicas e energéticas para que
estes estados possam ser atingidos.
A maioria dos exercícios de qigong (chi kung)
emprega visualizações, direção da atenção mental, e controle
respiratório. Estas técnicas são utilizadas em várias combinações em
graus diversos de intensidade, e podem ou não ser combinadas com
movimentos físicos.
Algumas precauções
É essencial compreender, antes de iniciar a prática de qualquer
exercício de qigong (chi kung), que
muitos deles possuem contraindicações e que outros, se não forem
ensinados com muita precisão e cuidado, podem causar danos à saúde do
aluno, até mesmo irreparáveis. Por outro lado, muitos exercícios podem
ser praticados livremente sem qualquer cuidado especial.
O qigong (chi kung) da palma de ferro, por exemplo,
pode levar à danos aos tendões e à energia do Fígado, e existem medidas
importantes para evitá-los. Outros exercícios de qigong (chi kung) marcial tinham o único objetivo de
tornar um lutador rapidamente eficiente, por isto não incluíam nenhuma
prevenção para manter a saúde do praticante a longo prazo.
Até mesmo exercícios terapêuticos como o qigong (chi kung) dos seis sons podem causar
problemas: o Grão Mestre Chen Xiaowang, ao ensinar este exercício, alerta
os alunos sobre a precisão necessária ao reproduzir o timbre exato de
cada som, sob pena de criar desequilíbrios no órgãos em lugar de regular
as suas funções.
Já o qigong (chi kung) dos Oito Brocados é um exercício
simples e muito popular na China, adequado ao uso como instrumento de
saúde pública, por ser de fácil execução, além de amplamente adaptável à
forma física do praticante.
Qigong e taijiquan (tai chi chuan)
O taijiquan (tai chi chuan)
inclui em sua progressão didática a aquisição da habilidade de dirigir o
qi.
Por isto pode-se dizer que o taijiquan (tai chi chuan) inclui o qigong (chi kung). Até a 18ª geração da família Chen
o qigong (chi kung) do taijiquan (tai chi chuan) era aprendido quase que
unicamente dentro da forma, pela repetição exaustiva desta durante anos
até que os princípios de circulação do qi tornassem-se claros
naturalmente. Os Grão-Mestres da geração atual (a 19ª) da família Chen,
levando em conta as dificuldades em implementar uma prática tão
intensiva da maioria dos seus alunos, modernizaram a didática antes
espartana e elaboraram os exercícios básicos de desenrolar da seda (chansijin) e de postura da
estaca (zhanzhuang (zhan zhuang)). Assim podemos dizer que estes
são os exercícios de qigong (chi kung) do
taijiquan (tai chi chuan), embora é claro os princípios
aprendidos com estes exercícios devam estar presentes durante toda a
prática.
No entanto o taijiquan (tai chi chuan)
difere de grande parte dos exercícios de qigong (chi kung) em que não
devem ser empregadas técnicas de visualização, de controle da respiração
ou de direção da atenção mental com o objetivo de dirigir o qi. O
princípio fundamental do taijiquan
(tai chi chuan) é a naturalidade: o caminho para atingir a
habilidade de circular o qi é fazer com o que o corpo forneça as condições
para que isto aconteça. O corpo deve ser treinado com os exercícios de
zhanzhuang (zhan zhuang), de chansijin e com a laojia com
a intensidade e durante tempo suficientes para que a postura e o
movimento corretos do corpo permitam que a respiração ajuste-se por si
só, e que o qi
circule espontaneamente com o movimento.
O Grão-Mestre Chen Xiaowang costuma dizer
durante seus seminários: “Se você tem a postura e a respiração errados,
você tem somente um erro; se você tem a
postura errada e a respiração correta você tem dois
erros”. Com isto o que está sendo explicado é que é um erro forçar a
respiração de acordo com quaisquer normas, pois a respiração deve ser
natural. Conforme o corpo for sendo modificado a respiração mudará
espontaneamente sem que seja necessária interferência da vontade do
aluno. Se você tentar fazer a sua respiração se aprofundar forçosamente
com a sua mente a única coisa que conseguirá será mais rigidez.
Primeiro é necessário corrigir o seu corpo, então você pode relaxar, e
então a respiração automatica e naturalmente se aprofunda, mas isto não é
controlado pela sua mente. A arte marcial do taijiquan (tai chi chuan) não é “arte marcial do controle
da mente”: mais tarde é necessário chegar a um estado de não-mente, de
mente vazia, o que quer dizer que não resta mente alguma que controle o
que quer que seja, não há “eu quero” ou “eu desejo”, ou “eu tenho que”.
O mesmo aplica-se à circulação do qi : é inútil imaginar a circulação do qi durante o
treinamento. O que tem que ser feito é ajustar a posição e o movimento
do corpo com precisão suficiente para que o movimento do corpo cause a
circulação do qi.
Assim como não é possível derrubar um adversário mais forte apenas por
desejar, ou por concentrar-se bastante e imaginar, também não é
possível forçar a circulação do qi através da concentração ou de
visualizações.
fonte da pesquisa-http://taijiquan.pro.br/estilo-chen/qigong/
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